terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Lobo na Mitologia

Na mitologia greco-latina encontramos vários Deuses principais representados sob a forma de lobo.
Mencionaremos em primeiro lugar ZEUS LYKAIOS de Arcádia, e também APOLO LYKAGENES; este último epíteto tem sido explicado como "o da loba", o "nascimento da loba", quer dizer gerado por Letona transmutada em loba segundo algumas versões, e assim o vemos representado em algumas moedas. Também em Cirene existia o culto a Apolo Licio, pois segundo a lenda Apolo uniu-se à ninfa que deu nome à cidade sob a forma de lobo.

A Deusa Hécate - A Lua - Deusa da feitiçaria, era como uma loba; também as Ménades, as bacantes divinas que seguem Dionísio, com lobos nos braços, dado terem poder sobre as feras.

Sem duvidas os romanos consagraram este animal a Marte, Deus da Guerra. Nas festas que se celebravam em sua honra sacrificavam um cavalo como símbolo do ardor militar, e um lobo como emblema de furor. Na maioria das representações deste deus aparecem dois lobos gravados em baixo-relevo no seu casco.

Fora do âmbito greco-latino também encontramos numerosas associações entre o lobo e algumas divindades religiosas. Já os antigos lhe concederam um lugar no firmamento dando o seu nome a uma constelação astral debaixo de Libra e a ocidente de Escorpião. Na China antiga, por ocasião dos eclipses, lançavam-se flechas contra o "Lobo celeste",  para restaurar o espaço ritual e restabelecer a ordem no mundo obscurecido pelas trevas.

É significativo o facto de que determinadas culturas que não tinham lobos nos seus habitats naturais, tenham usado alguns animais equivalentes, como o coiote e o chacal, dadas as evidentes semelhanças entre estes e o lobo. Do mesmo modo que, no caso das aves de rapina, se estabelece uma equivalência entre a águia, o condor e o falcão, consoantes as regiões.

Vejamos, por exemplo, o tema central das cosmogonias californianas, onde o conflito se centra entre o Criador e o coiote; o Criador desejava fazer um mundo paradisíaco e um homem imortal; o coiote introduziu a morte e arruinou a terra dando origem às montanhas, destruindo os alimentos, etc.

Também no mundo egípcio o lobo era símbolo de valor; O mesmíssimo deus Anúbis, o deus com cabeça de chacal, também chamado " Senhor da Necrópolis", aparece representado frequentemente sob a forma de cão ou lobo, e é igualmente associado com a guerra, sendo nas primeiras dinastias, o guia do rei nos combates.

Segundo Diodoro, Macedon -Herói epônimo de macedónia - é irmão de Anúbis. É representado revestido com uma couraça de pele de lobo, e o rosto coberto com uma mascara com a cabeça deste animal.

Na mitologia viking, o lobo, apesar de ter um carácter negativo, transformado de modo sobrenatural, ocupa um lugar predominante como animal simbólico. Existe um relato sobre os céus que se reveste de um significado algo sinistro. É fácil contemplar  da terra, tanto o sol como a lua correndo pelo firmamento. Isto sucede, não só porque ambos são arrastados por esplêndidos corcéis, mas também porque os astros têm um diligente necessidade de não perder tempo já que são perseguidos por lobos. Nem o sol nem a lua têm  lugar ondee se ocultar das bestas perversas e ficam assim  condenados a correr á frente delas até ao fim dos tempos. as profecias afirmam que, os lobos saltaram sobre o sol e a lua engolindo-os completamente.

Mais surpreendente é contudo a lenda de FENRRIR. Depois da serpente mundial ter sido atirada ao oceano e Hel desterrado para Niflheim, restava ainda um terceiro filho do malvado Loki - gênio do mal - o cachorro Fenrrir. A princípio não era mais que um lobinho adorável, mas depressa começou a arreganhar os dentes. Cresceu rapidamente, chegou a comer um cordeiro de uma só vez, até que a sua presença se tornou insuportável para Asgard. Foi então que Odín ordenou que se fabricasse a celebre cadeia Loding, no entanto com um pequeno esforço a cadeia rebentou. Os deuses então fabricaram a cadeia Dromi, que significa "os grilhões", e que era muito mais forte que a anterior, mas esta também foi feita em pedaços por FENRRIR. Assim, Odín recorreu à magia de um anão que fabricou uma corrente impossível de quebrar com seis ingredientes maravilhosos: o ruído da queda de um gato a seus pés, a barba de uma mulher , as raízes de uma montanha, a respiração de um peixe, os nervos de um osso e a saliva de um pássaro. FENRRIR foi persuadido a deixar-se atar com o laço que era tão suave e frio como seda; e a magia do laço foi superior à força do lobo. tanto se sacudia querendo escapar e tanto abria a boca querendo morder, que os deuses puseram-lhe uma espada a modo de cunha entre as mandíbulas. A lenda diz que assim continuará até que chegue o Ragnarok. De Fenrrir descende toda a raça de lobos, incluindo os que perseguem o sol e a lua através dos céus.
O Lobo Fenrrir aprisionado pelas correntes dos anões.

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